Quem sou eu

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Nascido em 06 de junho de 1974, tendo um encontro com Cristo aos 15 anos de idade,desde então militando em prol do crescimento do Reino de Deus.Dedicado pai, esposo e amigo, atualmente envolvido com o trabalho missionário da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Estado do Piauí e estudante de teologia(Bacharel) .

quinta-feira, 9 de junho de 2011

História da Assembleia de Deus no Brasil

Tendo em vista o Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, resolvi fazer umas pesquisas na internete para de alguma forma este blog participar do processo histórico desta grande denominação, para isto, estou postando algumas matérias de outros blogs e divulgando seus autores, assim como fui abençoado na leitura destes blogs espero que vocês também o sejam.
O QUE É A ASSEMBLEIA DE DEUS
Fonte: http://adarapiraca.blogspot.com/p/igreja.html
A Assembléia de Deus é uma igreja evangélica pentecostal que prima pela ortodoxia doutrinária. Tendo a Bíblia como a sua única regra de fé e prática, acha-se comprometida com a evangelização do Brasil e do mundo.
O seu Credo de Fé realça a salvação pela fé no sacrifício vicário de Cristo, a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos Dons Espirituais e a bendita esperança na segunda vinda do Senhor Jesus.
Conheça a História completa e detalhada do nascimento desta Igreja. Saiba que Deus estava com os pioneiros desde os primeiros dias. Momentos de fé, de coragem e determinação pelo Evangelho. Uma história de Edificação
O CONCEITO DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS NO BRASIL
Nas primeiras décadas de sua existência no Brasil, as Assembléias de Deus foram impiedosamente discriminadas, alvo de incontáveis hostilidades partidas principalmente do baixo clero católico-romano e de integrantes de outros segmentos religiosos. Não poucos daqueles irmãos pioneiros foram agredidos e feridos pelo amor de Cristo, e até em prisões estiveram. A firmeza de sua fé e os princípios éticos ensinados na igreja e praticados pelos seus líderes e membros foram, porém, modificando o conceito sobre as Assembléias de Deus, da parte dos que não entendiam as visíveis marcas da Obra e da real presença do Espírito Santo na vida dos crentes.
Atualmente, em todas as unidades da federação, as Assembléias de Deus passaram a ser tratadas com apreço pelas autoridades, e de seu próprio seio vem surgindo importantes lideranças. A partir dos pobres e desprezados subúrbios e das zonas rurais, a igreja, antes integrada quase somente por pessoas das classes mais humildes, caminhou para as áreas nobres das cidades, alcançando, também, a classe média. Incontável número de líderes comunitários, vereadores, vice-prefeitos, prefeitos, deputados estaduais e federais, como também de professores, magistrados, oficiais militares, profissionais liberais, são agora membros da Assembléia de Deus. A primeira mulher evangélica eleita para o Senado da República é uma ex-favelada originária da igreja pentecostal pioneira. Essa ascensão social e contribuição no sentido da conquista da cidadania, da dignificação do ser humano que a conversão a Cristo proporciona, chegou a ser reconhecida inclusive pela escritora Rachel de Queiroz, membro da Academia Brasileira de Letras, que, em artigo na imprensa, focalizou "O avanço dos crentes". Assim:
"Os jovens, que ’viviam como bichos’, no dizer dos velhos, sem doutrina, sem ensino (...), hoje vivem como gente, ’se entregam a Jesus’, cantam hinos, ’falam línguas’, assumem novo status. E os velhos (...) atiram-se sofregamente as novas práticas, como recuperando o tempo perdido. Vale a pena ver a dignidade com que se cumprimentam: ’A paz do Senhor! ’ Sentem-se membros honrados de uma comunidade (...), não vivem mais em abandono."
 OS PIONEIROS GUNNAR VINGREN E DANIEL BERG
DANIEL BERG já era quase octogenário quando retornou a pátria pela qual pulsava tão fortemente o seu coração (não era mais, porém, que o seu amor a Cristo e a Obra do Senhor). No hospital, o enfermo ancião cujas mãos, em nome de Cristo, curaram talvez milhares e abençoaram milhões, combalido, mas perseverante, percorria as enfermarias, não obstante as interdições médicas, a distribuir folhetos com a doce mensagem da cruz. Nunca deixou de exercer a sua missão de embaixador de Cristo.
Quando a morte chegou (em 1963), feliz ele sorria, como a dizer: "Onde estão, ó morte, os teus aguilhões?" E em Cristo se abrigou para todo o sempre. Só os céus podem avaliar o quanto os dois pioneiros fizeram pela saúde espiritual do Brasil, onde o povo, maciçamente, com pouquíssimas exceções, pendia para a crendice e os ídolos.
 
GUNNAR VINGREN regressou a Suécia aos 53 anos, a 15 de agosto de 32, quando em plena atividade pastoral, no Rio de Janeiro. Em 2 de junho de 1933, às duas horas e 45 minutos da tarde, partia para as moradas eternas. Seu filho Ivar recorda: "Dois dias antes, ele fora arrebatado. Esteve no céu e viu coisas maravilhosas. Quando voltou, cantaram em línguas hinos espirituais, e em seguida disse para minha mãe: ’Agora eu sei que Jesus vai me levar, agora sei que vou embora para o céu.’ Dois dias depois ele nos chamou a todos, e se despediu de cada um de nós, nos deu uma palavra, um conselho para cada um especificamente".
Frida, a esposa, assim testemunha sobre a morte de Gunnar Vingren: "... com os braços levantados, exclamou: ’Jesus, tu és maravilhoso. Aleluia! Aleluia!"
O Senhor os enviou, e eles renunciaram a riqueza do Norte e a civilização européia para virem ao encontro de um país de massas paupérrimas, o qual logo se lhes desnudou a face tenebrosa. Aqui, a tuberculose, a lepra, a malária – tantas endemias e epidemias – dizimavam sem piedade. E a miséria estendia sobre quase todos, por onde eles andaram inicialmente, seu império abominável.
Eles chegaram com a bandeira da libertação sobre os males da alma e do corpo, ensinando-nos a abrir o coração ao Espírito de Deus. A viver em intimidade com Cristo. Em suma: a receber as bênçãos. Berg e Vingren fazem jus a coroa que Deus lhes preparou.  
A Jornada
Na gigantesca onda de imigrantes que, em fins do século XIX e início do século XX, a sonhar com melhor futuro, deixaram a Suécia em busca de emprego nos Estados Unidos, estavam dois jovens que jamais se haviam encontrado em sua terra.
Infância Cristã
Sem que eles, então, nem de longe pressentissem qualquer sinal, ao conduzi-los ao outro continente, a mão de Deus, desde cedo, começou a direcioná-los para inimagináveis pontos de convergência. Nestes estava, inclusive, embora em segundo plano, um amigo de infância de Daniel – Lewi Pethrus –, que lhe propiciou ter "o primeiro contato com a obra pentecostal e sua mensagem". Pethrus viria ao Brasil, pela primeira vez, quando a Obra de Deus iniciada pelos dois missionários passava provavelmente pela sua maior crise, e ajudou a orientá-la nos rumos que a levariam a ser – sob o aspecto numérico, pelo menos – a mais importante comunidade pentecostal de todos os tempos.  
A Terra Natal
"Mesmo que eu me arrependesse de haver embarcado", recorda o sueco apegado ao seu pais, "já era tarde para mudar de idéia." Procurava tranqüilizar-se: "Pensei, então, comigo mesmo, que não veria a primavera sueca naquele ano, nem no ano seguinte. Sabia, isso sim, que ao iniciar a primavera, eu estaria no país dos grandes sonhos e esperanças, a América do Norte. Na América também havia primavera, e, pensei, talvez seja igual na Suécia." O porto do desembarque era Yorkshire, na embocadura do rio Hull, onde a cidade do mesmo nome vinha a ser uma das mais importantes da Inglaterra. Depois de breve permanência em Hull, Daniel rumaria a Liverpool, então a quarta cidade da Inglaterra em população, de onde embarcou, a 11 de março, com destino aos Estados Unidos. Era a velha cidade de Boston, arquitetonicamente e sob o aspecto urbanístico bem britânica, que se lhe descortinava, dias depois de deixar o Velho Mundo. Logo, estaria em Providence, Estado de Rhode Island, onde, com a ajuda de amigos, obteve emprego em uma fazenda.
Vingren nos EUA
Gunnar Vingren viajou para Gotemburgo em meados de 1903. No dia 30 de junho tomava o vapor que o levaria a mesma cidade de Hull, por onde no ano anterior passara Daniel. E não se tratava de mera coincidência. Era a mão de Deus dando continuidade aos mais altos desígnios. De trem continuou ate Liverpool e, novamente, por via marítima prosseguiu em sua jornada até Boston. Mas precisou viajar mais, com destino a casa do seu tio Carl, residente em Kansas City, onde chegou em 19 de novembro, após dezenove dias de viagem. Logo, Gunnar conseguiu empregar-se, até o verão, como foguista em Greenhouse. No inverno, viria a trabalhar como porteiro de uma loja e jardineiro. Na condição de estrangeiro, sobravam-lhe, como sempre acontece, as ocupações mais modestas. Em fevereiro de 1904, hei-lo a caminho de outro endereço, em busca de seu ganha-pão: a cidade de St. Louis, onde passou a trabalhar no Jardim Botânico. 
A "Chamada" Equivocada  
Um tio de Gunnar Vingren havia sido missionário na China; e ele começou a cogitar de tomar o mesmo destino. Mas o Senhor falou-lhe ao coração, demovendo-o daquele propósito. Uma vez batizado no Espírito Santo, Gunnar iria sentir-se em plena sintonia com os recados de Deus. Ele fez o curso teológico em Chicago, no Seminário Batista Sueco, de setembro de 1904 a 1909. A isso fora exortado, quando pertencia a Igreja Batista. Nesse período, como estagiário, pregava em vários lugares: na Primeira Igreja Batista em Chicago, Michigan, em Sycamore, Illinois; Blue Island, Illinois. Nos últimos estágios pastoreou a igreja em Mountain, Michigan. Estava intelectualmente preparado, adquirira alguma experiência pastoral, mas ainda carecia de algo para estar pronto. Ao resistir, por fim, a determinação dos ministros quanto a sua viagem para a China – pois o que lhe ia no coração nada tinha a ver com o multissecular país – sérias conseqüências o envolveram. Foi-se-lhe inclusive a noiva, que aspirava acompanhá-lo ao Oriente e, desatendida, optou pelo rompimento do compromisso...
De Volta a Suécia
As saudades da família, de sua bucólica Vargon, falaram a Daniel tão fortemente que um dia, em 1908, regressou. Embora pudesse parecer estranho esse capítulo de sua história, um retrocesso, mais uma vez era o Senhor articulando todos os seus passos. Informado do destino de seu amigo Lewi Pethrus, desejou Daniel viajar ao seu encontro.
Sintonia com Deus
Pethrus, que vivia numa cidade próxima, onde pregava o Evangelho, falou-lhe das doutrinas pentecostais. No regresso aos EUA, em 1909, Daniel recebeu o batismo no Espírito Santo.
O Grande Avivamento Era tempo de um grande Avivamento nos Estados Unidos, exatamente o pais onde Daniel havia estado e aonde agora retornava. Em muitas igrejas tradicionais, crescia o número dos que recebiam a promessa pentecostal. A princípio, eles não se afastavam de suas comunidades, mas começaram a ter encontros em que, com maior liberdade, ouvia-se sobre o Evangelho Pleno, viam-se e ouviam-se homens, mulheres e crianças a falar em línguas, a receberem a cura divina. Muitos outros buscavam, e também recebiam o que Jesus prometera antes de sua ascensão.

Em 1854, a chama pentecostal havia crepitado mais fortemente na Nova Inglaterra (Boston e adjacências); em 1892, na cidade de Moarehead; em 1903, em Galena, Kansas; em Orchard e Houstok, nos anos de 1904 e 1905. Tão perto do Pentecostes, no entanto ele precisou atravessar o oceano para encontrá-lo...  
Com Deus  
Após uma semana convencional, o poder de Deus envolveu a Vingren, extraordinariamente. Mais tarde, pode entender o que o Espírito Santo desejava dizer-lhe: uma irmã com o dom de interpretação de línguas foi usada pelo Senhor para dar-Ihe ciência de que antes de seguir ao campo missionário, deveria ser revestido de poder. Em novembro do mesmo ano (1909), recebeu o revestimento de poder. Agora, Daniel e Gunnar tinham alguma coisa mais em comum, além da condição de patrícios, servos do Senhor e imigrantes no mesmo pais. Com um ano de diferença, eram ambos batizados no Espírito Santo, falavam línguas estranhas.
UNIDOS POR DEUS
Passos Convergentes
Faltava pouco, agora, para o encontro. E isto aconteceu também em 1909, em Chicago, como participantes de uma conferência.
Depois de longo diálogo, em que cada vez mais se identificavam e se compenetravam da chamada de Deus, passaram a orar diariamente, em busca de completa orientação do Alto.
Conversão sobre o Mar 
 Durante a viagem, um jovem complexado, carrancudo, muito infeliz, pensava em suicidar-se, quando Daniel lhe dirigiu a palavra, e perguntou: "Você tem fé em Deus?" "Quem é Deus?", veio a indagação. A mensagem do missionário tocou-lhe profundamente o coração, ele se pôs a chorar, e aceitou a Cristo como Salvador.
A Chegada ao Brasil
A chegada ocorreu a 19 de novembro de 1910.
Tudo era estranhíssimo para os dois suecos. As pessoas mal vestidas, os leprosos a desfilar seus corpos mutilados, apresentando pungente espetáculo pelas ruas. Mas o Senhor de fato os enviara, e aqui estava para guardá-los do contágio e, logo, das agressões, ofensas e ameaças. Alguns dos alegres passageiros que com eles chegaram ao porto de Belém nunca imaginaram que viriam a ser infectados, e logo depois teriam seus nomes no rol dos mortos.
No modesto hotel (onde por um dia se hospedaram) consumiram os seus pobres 16 mil reis. Com os níqueis restantes, iriam de bonde, no dia seguinte, em busca da residência do pastor metodista Justo Nelson, diretor do jornal que, "casualmente", chegara as mãos de Vingren no quarto onde se haviam hospedado. Para surpresa deles, tratava-se de um conhecido de Vingren, nos Estados Unidos.
Separados para as missões por uma igreja batista, nada mais natural do que encaminhá-los aos irmãos da mesma fé, o que se fez. No dia seguinte, foram muito bem recebidos pelo missionário Erik Nelson. Este, como eles de nacionalidade sueca, convidou- os a cooperarem no trabalho. E ofereceu-lhes o porão da igreja, onde se alojaram.
PORQUE DEUS ESCOLHEU BELÉM DO PARÁ?
Vários estudiosos têm se perguntado por que não escolheu Rio de Janeiro, então capital do Brasil, São Paulo, Recife, ou outra grande capital daquela época?
Conforme estudo feito pelo Pr. Jedilson Rodrigues uma das razões que, na sua vontade, Deus escolheu este Estado para o berço da Assembléia de Deus foi:
1. Porque Belém, em hebraico (língua em que foi escrita o Velho Testamento), significa Casa de Pão; e
2. Pará, em grego (língua em que foi escrito o Novo Testamento) significa ao lado de, paralelo a, a margem de. Analisando melhor o assunto, veremos que de Belém do Pará saiu à chama pentecostal (pão) para esta grande Nação. Nada que Deus faz é por acaso. Deus tem seus planos traçados desde a eternidade.
 Passados mais de 100 anos esta Igreja continua UMA como no princípio, alimentando esta Nação, não somente com o pão espiritual, mas com o exemplo e dedicação visando, única e exclusivamente o engrandecimento do Reino de Deus na terra.

OUTROS MISSIONÁRIOS NO BRASIL
Ao longo dos anos, outros missionários foram chegando. Procediam, principalmente, da Suécia e dos Estados Unidos. O terceiro foi Otto Nelson, em 1914. Seguiram-no: Samuel Nÿstrom (1916) e Samuel Hedlund (1921). Todos dos EUA, chegaram em março de 1921: Nels Nelson, Ana Carlson, Beda Palha, Gay de Vris, Augusto Anderson, Ester Anderson, Vitor Johnson e Elizabeth Johnson. Em seguida: Gustavo Nordlund, Herberto Nordlund e Simão Lundgren, os três em 1924. Joel Carlson veio em 1925. Orlando Boyer, enviado pela missão da Igreja de Cristo, unindo-se mais tarde a Assembléia de Deus, veio em 1927. Em 1928, chegavam Nils Kastberg e Algot Svenson. Eurico Aldor Peters desembarcou no Brasil em 1933. Depois destes, Nels Lawrence Olson (1938) e Nils Taranger (1946). Em 1948 vieram Eurico Bergsten e John Peter Kolenda. Carlos Hultgren chegou em 1950. Bernhard Johnson Jr., que já estivera no Brasil na infância, retornou em 1957. As fontes consultadas não dispõem das datas em que pisaram o solo brasileiro os missionários Anders Johnson, Walter Goodband e Erna Miller, mas estes já estavam aqui em 1934. Outros deram sua contribuição a evangelização dos brasileiros, como John Aenis, Albert Widner, Guilherme Treffut, Victor Jansson, Simão Sjogren, Nina Englund, Horace S. Ward, Albert Widmer, Cecilia e Anderson Johansson.
OS PRIMÓRDIOS
Com Deus no Porão Fazendo Discípulos
Ninguém poderia, nem de longe, imaginar que na humildade do sombrio e sufocante porão da Igreja Batista da Rua João Balby, 406, nasceria a maior comunidade pentecostal da historia. Coisas surpreendentes começaram a acontecer, é verdade, mas nada indicava que os dois missionários pudessem vir a ser os detonadores de uma revolução espiritual de tamanhas proporções. As obras que o Espirito realizava já eram algo bem acima de tudo quanto se poderia esperar.
Apesar do exíguo espaço ocupado pelos missionários, muitos irmãos os visitavam. E eram ensinados sobre os dons espirituais, e estimulados a buscar o batismo no Espirito Santo. Os sinais iam seguindo os que criam. 0 Senhor curou uma paralítica, que imediatamente deixou as muletas. (Ela as prendeu na parede de sua sala para que, mudas, mas eloqüentes, a todos falassem do milagre.) Varias outras provas da operação divina foram testemunhadas pelos crentes. Mas o mais impressionante aconteceu com a irmã Celina Albuquerque: Jesus a libertou totalmente do câncer que se enraizava em seu rosto! Naquela mesma semana, ela estava a orar de madrugada, quando foi batizada no Espirito Santo. Era a primeira pessoa a receber a promessa pentecostal no Brasil. No dia seguinte, sua irmã Nazaré teve a mesma experiência. A principio, não havia qualquer divergência em torno de Berg e Vingren. Eles eram reconhecidos por todos como inquestionável resposta as suas súplicas. Os crentes mais fervorosos vinham se reunindo no templo para orar no sentido de que Jesus lhes mandasse um obreiro. Seu pastor fazia longas viagens, a evangelizar no Norte e Nordeste, e havia necessidade de ajudadores. Os suecos eram uma benção também para as outras três igrejas evangélicas existentes na cidade: todos queriam vê-los e ouvi-los. Todos os amavam, e consideravam um milagre o fato de não adoecerem naquelas condições de insalubridade, sem falar do calor de Belém. 0 Pr. Nelson Erick via crescer o número de visitantes: agora tornava-se bem mais promissora a obra que anelava realizar. A Primeira Igreja Batista, por ele fundada em 1897, com tantos anos de existência, até então não tinha sequer duas dezenas de membros! Daniel e Gunnar sabiam também que o Pr. Nelson, logo que chegara ao Brasil, dispôs-se a rogar a Jesus que o batizasse no Espírito Santo. Decorridos catorze dias de súplicas, o Senhor começou a derramar copioso poder sobre ele. Sua esposa, porém, temerosa, rogou-Ihe que parasse com "aquilo", não lhe permitindo que recebesse a promessa. Desde então, Nelson fez-se declarado inimigo da doutrina pentecostal.
Orações e Respostas
 Todos logo notaram que os dois suecos não eram como os outros obreiros. Embora ninguém, nem remotamente, pudesse imaginar o quanto viria em resposta aquelas orações que atravessavam as noites, os crentes se maravilhavam com as coisas contempladas pelos seus olhos. 0 interesse despertado pelos ensinamentos dos missionários e o fruto de suas longas petições desagradaram, porém, o pastor da igreja. Berg e Vingren, porém, conheciam muito bem a linguagem do amor.
"A Linguagem do Amor"
Daniel conta: "Chegou ao conhecimento do Pastor Batista a noticia do progresso do nosso trabalho, e que o folheto por ele escrito contra nos contribuiu para maior desenvolvimento da obra. Isso serviu para que ele rompesse definitivamente relações conosco, criando-se um abismo entre ele e nos. De nossa parte, estávamos penalizados com a situação que ele criou, pois sua vida transformou-se inteiramente. Já não era o homem alegre de outrora; andava sozinho. As únicas ocasiões em que falava, era quando pregava, assim mesmo a pregação era uma continua agressão, contra nós e contra a Obra que se iniciara. A assistência a sua igreja diminuía dia a dia; chegou a ponto de não poderem sustenta-la, tão poucos eram os membros.
"Os membros ativos, cujos corações ardiam de zelo pelas almas e que eram sustentáculos espirituais da igreja, sentiam-se mal com a atitude agressiva do pastor, por isso vinham a Assembléia, e ficavam.
"Certo dia, os membros expulsos da igreja batista (...), vendo que seu antigo pastor passava privações e tinha as roupas gastas, tomaram a decisão de ajuda-lo e sustenta-lo, apesar de tudo quanto tinha feito contra eles. Esse gesto altruístico falava a linguagem do amor divino e demonstrava o amor cristão de que os irmãos estavam possuídos. 0 pastor recebeu com alegria o auxilio..."
O Preço da Rejeição
Nenhum deles se alegrou em ver os sofrimentos do pastor, ao saber dos seríssimos problemas que lhe sobrevieram e a igreja, desde quando a renovação espiritual foi rejeitada, e os que anelavam recebe-la sofreram a humilhação e a dor do expurgo. Uma sucessão de gravíssimas situações abateu-se sobre a igreja, que, nas palavras de um certo historiador batista, "foi destroçada". E levou algum tempo para começar a recompor-se. Depois disso, com crises sobre crises, o novo pastor – Luís Reis – logrou conduzir o diminuto rebanho por algum tempo, ate que os problemas culminaram com sua própria exclusão. Seu sucessor, o Dr. Dawning, um norte-americano, conceituado médico, assumiu o pastorado em 1917. Começou bem, mas logo depois precisou viajar com urgência para o seu país, em busca da cura de grave enfermidade em sua esposa.
Agora, deixemos que Daniel Berg se pronuncie sobre o dia do grande confronto entre os pentecostais e o pastor batista.
 O confronto
"Gunnar Vingren levantou-se e explicou que não desejávamos a desunião, ao contrário, desejávamos que todos se unissem. ’Se todos alcançarem a experiência do batismo com o Espírito Santo, nunca mais se dividirão, serão mais do que irmãos, serão uma só família.’
"0 pastor da igreja voltou a falar. Estava aberta a discussão. Disse o pastor que a Bíblia fala realmente do batismo com o Espirito Santo e na cura de enfermidades por Jesus, porém essas coisas foram para aquele tempo. "Seria absurdo", disse ele, ‘que pessoas educadas, em nossos dias, pensassem que tais coisas ainda pudessem acontecer. Hoje, temos que ser realistas’, disse ainda o pastor, ‘e não ocupar o tempo com sonhos e falsas profecias, Hoje, temos a sabedoria para ser usada. Se não vos corrigirdes e reconhecerdes que estais errados, é meu dever comunicar a todas as igrejas batistas o que está acontecendo, para que se previnam contra as falsas doutrinas."
Os suecos não perderam a serenidade. No momento oportuno, Vingren ponderou: "Caro irmão, não devemos permitir que assuntos tão importantes se transformem em discussão pessoal. Somos servos de Deus, desejamos, por isso, estar na verdade, pois aquEle a quem nós pregamos é a Verdade. Na minha opinião, somos colegas e não concorrentes. Saber-se quem leva as almas a Deus é coisa secundária. O que importa é que o número de almas salvas aumente cada vez mais. Não direi que o irmão não esteja na verdade, mas afirmo que não achou toda a verdade: a verdade do batismo com o Espírito Santo e das curas maravilhosas que Jesus pode realizar em nossos dias
 O rompimento
 "Não temos queixa, pastor de não nos haver falado desta coisas, pois o senhor desconhecia estas verdades, de modo que não as conhecendo, não as poderia ensinar a outros. Nós desejaríamos que o senhor também recebesse estas bênçãos de Deus, a fim de nos entendermos melhor e podermos sentir a mesma comunhão com os irmãos que vieram de outras terras." Em seguida, "o pastor", conta Daniel, "olhou mais uma vez em redor e esperou que alguém se manifestasse a seu favor, mas foi em vão. A seguir, dirigiu-se a mim e ao irmão Vingren e disse: ’Já tomei a decisão. A partir deste momento não podem ficar morando aqui (...), não os queremos mais aqui.’
"Erick dirigiu a palavra aos outros, e quis saber: ’Quantos estão de acordo com essas falsas doutrinas?’" Sem vacilar, dezenove mãos se levantaram.
A primeira preocupação de Vingren foi com a moradia onde pudessem receber os irmãos. Daniel o tranqüilizou. Embora não tivesse ouvido o diálogo, o diácono que se havia pronunciado em nome do grupo aproximou-se e ofereceu-lhes a sua ampla sala para as reuniões e convidou-os a morar em sua casa. 0 coração generoso tinha razões sobejas para amar os dois missionários: a curada de câncer e logo batizada no Espirito Santo era sua esposa.
 A MISSÃO DA FÉ APOSTÓLICA
A Nova Comunidade
Excluídos pela minoria inimiga do reavivamento, os crentes, sob a liderança de Vingren e Berg, estavam atônitos. Não era seu propósito fundar nova igreja. Em se tratando, porém, de fato consumado, era imperioso decidir sobre o destino a tomar.
Os excluídos por iniciativa de Raimundo Nobre (primo de Adriano Nobre, o amigo dos missionários – futuro pastor da Assembléia de Deus), no dia 18 de junho já se organizavam em sua própria comunidade, na residência de Henrique Albuquerque, Rua Siqueira Mendes, 79, no bairro Cidade Velha.
A historia nada registra sobre a escolha do nome, e sobre quem o propôs. Informa, tão-somente, que foi escolhido o de Missão da Fé Apostólica. 0 punhadinho de crentes, dezenove, que lançou a semente da Assembléia de Deus era então constituído das seguintes pessoas: José Plácido da Costa, Piedade da Costa, Prazeres Costa, Henrique Albuquerque, Celina Albuquerque, Maria de Nazaré, Manoel Maria Rodrigues, Jesusa Dias Rodrigues, José Batista de Carvalho, Maria José de Carvalho, Antonio Mendes Garcia, Manoel Dias Rodrigues, Emilia Rodrigues, Joaquim Silva, Benvinda Silva, Ana Silva, Teresa Silva, Isabel Silva e João Domingues.
Gunnar Vingren foi aclamado pastor da nova igreja e Daniel Berg seu auxiliar.
 Exemplo de Fé
0 trabalho começou logo a tomar grande impulso. Cada crente era um evangelista. Não se pensava senão em ganhar almas para Cristo.
Entrevista publicada em "A Seara" (set./1977) registra o testemunho da pioneira Isabel Leonisia da Silva sobre aqueles primórdios: "As segundas-feiras, havia culto de oração; as quartas, culto de pregação, em nossa casa; as sextas, culto na casa do irmão José Batista de Carvalho; aos domingos, culto na Rua Siqueira Mendes, casa da irmã Celina. "Mas os crentes testificavam, a tempo e fora de tempo! Ela prossegue: "Depois do batismo com o Espírito Santo, tornamo-nos muito mais dedicados ao trabalho do Senhor (...) Quantas e quantas vezes à noite, sob grossa chuva, a pé pelas ruas distantes, seguia-mos a cantar e a orar, levando a mensagem do Evangelho!" Foi este o tipo de comunidade cristã moldado pelo singelo grupo de ex-membros da igreja da Rua Balby. 0 paradigma de obreiros que foram Gunnar Vingren e Daniel Berg, o exemplo de crentes como Isabel, explicam a explosão espiritual que se experimentou a partir do sufocado porão sem luz e desprovido de janelas, a qual se acelerou imediatamente na residência do casal Albuquerque, ou seja, na Missão da Fé Apostólica,
As Perseguições
As perseguições iniciadas na Rua Balby foram-se diversificando. Uma crescente campanha difamatória cruelmente atingia os pentecostais, embora fosse vã. Os católicos colocaram, sobre um poste na rua, estes absurdos dizeres: "Este Vingren é um papa protestante." 0 evangelista Raimundo Nobre e o Pr. Erik Nelson escreviam folhetos em que incompatibilizavam com as igrejas protestantes os dois missionários. A pioneira Isabel Silva recorda que eles passaram a ser expulsos dos templos.
NASCE A ASSEMBLÉIA DE DEUS
 O Nome da Igreja
O clima ficou tenso naquela comunidade, pois um número cada vez maior de membros curiosos visitava a residência de Berg e Vingren, onde realizavam reuniões de oração. Resultado: eles e mais dezenove irmãos citados acima, acabaram sendo expulsos da Igreja Batista. Convictos e resolvidos a se organizar, fundaram a Missão de Fé Apostólica em 18 de junho de 1911, que mais tarde por unanimidade em torno do primeiro nome mencionado em 11 de janeiro de 1918, o titulo Assembléia de Deus foi oficialmente registrado. Não se tratava, portanto, de igreja filiada a alguma missão estrangeira; ela nascia genuinamente nacional, característica que sempre primou em manter.
AS SANTAS MULHERES
Heroínas da Fé
Entre os cooperadores da primeira hora, na obra pentecostal no Brasil, encontram-se algumas mulheres que, com desprendimento e heroísmo, enfrentaram os maiores desafios. Elas se puseram como verdadeiras colunas, como vasos de ouro nas mãos de Deus.
Celina Albuquerque destacou-se entre elas. Sua bravura evidenciou-se em episódios como o descrito por A. P. Franklin, autor de Entre Crentes Pentecostais e Santos Abandonados na América do Sul, citado em 0 Diário de um Pioneiro. Reporta-se a um incidente ocorrido em 13 de novembro (de 1911), por ocasião de um batismo, quando grande multidão, armada com facas e laços, estava decidida a impedir a cerimônia. 0 escritor começa por informar: "Os primeiros batismos eram feitos todos em segredo, geralmente, as onze horas da noite, pois não havia nem templos nem tanques batismais." E prossegue: "Mas um dia criaram coragem e anunciaram um batismo público a beira-rio. Isso deu tempo para que os inimigos se preparassem. Vieram então varias centenas de homens e pensavam que com violência poderiam impedir o ato sagrado. 0 líder veio a frente carregando uma cruz. Os poucos crentes que estavam reunidos compreenderam o perigo naquele momento e temeram que sangue fosse derramado. Vingren procurou ler a Bíblia, mas foi impedido. Procurou outra vez, mas o líder tirou o seu punhal e se preparou para lançar-se contra ele."
Neste instante, a irmã Celina interveio colocando-se entre os dois, e com esse gesto salvou-lhe a vida. Então veio a inesperada providência de Deus: o Senhor fez com que um outro católico, pessoa idosa e respeitável, se impusesse, a gritar: "Chega! Deixem que eles tenham a sua cerimônia." 0 líder do grupo intentava concretizar a ameaça, mas sem o mesmo ímpeto foi contido pela palavra do missionário: "Eu faço somente o que Deus quer!" E mesmo sob os riscos, que continuavam, o ato se realizou. E Deus deu o livramento. Ao ser batizada no Espirito Santo, Celina começou a despertar os irmãos no sentido de lhe seguirem o exemplo, havendo sido, por conseguinte, um marco esplendoroso.
 Pioneirismo
Celina e sua irmã foram as duas primeiras pessoas do grupo a declararem publicamente sua crença nas promessas de Cristo. Nazaré, a segunda pessoa dentre eles a receber o selo da promessa. Em 1914, esta viajou para o Ceará, tocha viva do Espirito, a levar a chama pentecostal à sua terra. Em 1977, em Manaus, entrevistada pelo autor deste livro, quando diretor de "A Seara", a pioneira Isabel Leonidia da Silva, um dos três remanescentes vivos do grupo fundador da nova igreja rememorava, lúcida e fervorosa, as bênçãos e lutas experimentadas nos primeiros dias. Ela disse que quem dava credito as palavras dos dois estrangeiros era hostilizado e recebia tratamento humilhante. Para muitos, eram os "canelas de fogo", insuportáveis porque cometiam a "deselegância" de louvar ao Senhor em altas vozes. Durante as noites, rabiscavam-se imoralidades nas paredes da casa de Isabel; todas as manhãs, a primeira ocupação de seu pai era lavar tudo aquilo, o que fazia serenamente, sem protestos, a orar pelos perseguidores. Com relação a Vingren e Berg, "hospedados" no "escuro corredor", ainda se condoía: "Aquele quadro cortava-me o coração: os dois missionários jogados no porão do templo, e a orar e chorar noite e dia aos pés do Senhor." Os nomes dessas cristãs se destacam porque – como aquelas que buscaram o túmulo de Cristo e primeiro o viram ressurrecto – elas estavam entre os que mais valorizavam a visitação do Espirito. Por isso, certamente, foram as primeiras pessoas a receberem a promessa pentecostal.
 Pentecostes
 A todos envolvia a atmosfera impregnada da graça de Deus. Senão em sua totalidade, em sua maioria os crentes da igreja pentecostal estavam em continua e doce embriaguez do Espirito. 0 clima em que viviam era o mesmo que inspirou poemas como este:
 Sob A Proteção Do Alto A Fera e o Perseguidor
 A humildade com que eles se haviam agradava a Deus, que transformava as hostilidades em bênçãos. Os impressos do pr. Erik e do evangelista Raimundo, em vez de afugentar, aguçavam a curiosidade. E muitos compareciam a incipiente congregação apenas para ver. Mas, ao ver, criam. Foi o que sucedeu quando o jornal "Folha do Norte", de grande circulação, incumbiu um repórter de escrever matéria sobre os pentecostais. 0 texto sensacionalista causou impacto na opinião pública e serviu como propaganda: levou muitas pessoas aos cultos. Depois de retornar ao templo, e ver com os próprios olhos o que acontecia, o jornalista escreveu outra longa reportagem, em que declarava: "Nunca vi uma reunião tão cheia de fé, fervor, sinceridade e alegria entre os crentes."  
0 mal semeado voltava, as vezes, como bumerangue, ao ponto de partida. Foi o que sucedeu com um fazendeiro, péssimo patrão que maltratava seus empregados e passou a odiar alguns deles, porque se converteram. Foi numa das ilhas do rio Amazonas, aonde Vingren e Berg se dirigiram para efetuar um batismo. Algumas pessoas, agrupadas nas proximidades, escarneciam.
Um galho da árvore, a cuja sombra Vingren lia o texto bíblico, subitamente desceu, quase a cair sobre ele. Era muito grande e se houvesse atingido o missionário, graves seriam as conseqüências. Observaram que fora cortado a machado e que alguém corria em direção a fazenda do inimigo. Logo, a certa distância, o vulto fez sinais inamistosos com a mão e desapareceu no mato. Terminado o batismo, perceberam todos que um jovem corria na direção dos crentes. Ele contou que perto dali vira uma fera com alguma coisa na boca. "Então", conta Daniel, "diante de nossos olhos apareceu um trecho cavado; ao lado estava um pé do homem e mais adiante o seu chapéu de palha. No chapéu havia marcas de sangue. Mais uma pessoa se juntou ao grupo, e perguntou o que acontecera. Mostramo-lhe os testemunhos mudos do ataque da fera, que tínhamos diante de nós."
OBREIROS PIONEIROS
Testemunhos da Fé
 Tão impetuosas e céleres foram as chamas pentecostais, a crepitar no Brasil a partir de 1910, que pouco restou da biografia de vários pioneiros. Reduzido e o numero dos que deixaram noticias mais pormenorizadas de seu trabalho e dos frutos dele resultantes. Essa lacuna é apenas atenuada com a previdência e as providencias dos pioneiríssimos Gunnar Vingren e Daniel Berg. Ivar Vingren, em entrevista ao "Mensageiro da Paz", aludiu ao cuidado de seu pai com o seu diário, que chegou até nós. Quanto a Daniel, dispomos de seu comovente livro Enviado por Deus, uma autobiografia, por isso é possível escrever paginas e mais paginas sobre eles. Pela razão exposta, não havendo como destinar um tópico para cada obreiro, vamos registrando suas luminosas contribuições na medida em que a Obra vai se desenvolvendo.
O Companheiro Presbiteriano
 Nos primeiros dias da presença dos missionários em Belém, a mão de Deus coloca em cena uma nova e relevante personagem. É um comandante de navio da Companhia "Port of Pará" que, por falar inglês, viria a atuar, voluntária e generosamente, como intérprete. Seu nome: Adriano Nobre. Seu primo Raimundo, estudante no Seminário Batista do Norte, em Recife, na qualidade de estagiário passa as férias na Primeira Igreja Batista de Belém. Raimundo fez as apresentações. Ainda reina a paz, a prosperidade da igreja, com o abençoado trabalho dos missionários, ecoa mais forte que algum murmúrio contestatório, alguma incipiente estranheza a respeito do grande fervor dos suecos. Berg e Vingren ainda não sabiam expressar-se em português, por isso recorriam ao intérprete para falar do amor de Cristo. "Começamos a testificar do que nos mesmos tínhamos recebido do Senhor, do que havíamos visto e ouvido da sua gloriosa obra nos Estados Unidos", rememora Daniel, que prossegue: "Alguns dos membros da igreja foram tocados, quando ouviram que Jesus sara os enfermos e batiza com o Espirito Santo, agora, como no dia de Pentecostes. E quando começamos a entender um pouco de português, continuamos falando com os batistas sobre o batismo com o Espirito Santo."
Encontro de Obreiros
Foi a igreja em São Luís, município de Igarapé-Açú/PA., que hospedou o primeiro encontro de obreiros no Brasil. A vila era ponto estratégico, pois servia de ligação entre a capital e as demais localidades da antiga Estrada de Ferro Belém-Bragança devido as suas plantações de café. Nessa localidade, a Assembléia de Deus chegara por volta de 1915. Na gestão do pastor João Pereira de Queiroz, a igreja atingiu o ápice de sua trajetória, chegando a representar um marco na historia do trabalho pentecostal não somente no Estado do Pará como em todo o pais.
Desse trabalho, saíram, ou para lá se dirigiam, as proeminências dos batalhadores do Evangelho que aos poucos iam surgindo. Por não haver templo ainda, os irmãos se reuniram na casa do pastor, e do encontro participaram cerca de quinze igrejas, ocasião em que compareceu o maior numero de obreiros desde a fundação do trabalho: cerca de treze pastores.
0 principal tema convencional referiu-se a grande responsabilidade sob os ombros da igreja paraense em levar avante a Obra, que deveria se estender por todo o pais. Unânime foi a aceitação do desafio, ficando todos dispostos e entregues a vontade de Deus para a realização de sua exclusiva vontade. Dentre os obreiros que tomaram parte estavam o missionário Samuel Nystrom e os pastores Isidoro Filho, Luís Higino de Souza Filho, Almeida Sobrinho, João Pereira de Queiroz, José Felinto, Manoel Zuca, Manoel César (Neco César) e Pedro Trajano.
 MISSÕES HOJE
Informações colhidas junto a órgãos da Convenção Geral dão-nos a convicção de que cerca de 70% das igrejas estão envolvidas com missões. Muitas delas tem o seu culto especial onde se colhem ofertas destinadas aos que ganham almas para Cristo em outras terras. Nesses encontros, os corações de não poucos jovens pulsam mais fortemente, movidos pelo amor a outros povos desconhecedores da Palavra de Deus.
0 órgão da Convenção Geral que cuida da matéria e a SENAMI (Secretaria Nacional de Missões, fundada em 22 janeiro de 1975). Nela estavam cadastrados, em maio de 1997, 802 missionários. Eles serviam ao Senhor em muitos países: África do Sul, Angola, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, Estados Unidos da América, Guiana Francesa, Guine Bissau, Haiti, Japão, México, Moçambique, Paraguai, Peru, Polônia, Romênia, Ucrânia, Venezuela, Cabo Verde, Senegal e Portugal. Devemos levar em conta, ainda, que há um grande número de igrejas que enviam missionários sem o controle da SENAMI. Admite-se que estes totalizem não menos de dois mil obreiros.
AS CHAMAS DESCEM DO NORTE
O ponto de partida
De Belém do Pará, a Obra começa a irradiar-se para todo o pais. Os crentes tem sede de ganhar vidas para Cristo, e evangelizam pela cidade (logo já teriam "pontos de pregação" em quatro locais na zona urbana), as margens da Estrada de Ferro Belém-Bragança, nas ilhas, alhures. Os dois missionários são o exemplo de consagração, de dedicação, de destemor diante de ofensas e ameaças. Os perigos chegam de todos os lados, mas Deus intervém, infalivelmente. E o Pentecostes avança. Irreversíveis, as chamas descem do Norte. E contra os demônios que elas descem. Elas são o canto de libertação e a alegria no coração do povo. Berg toma os igarapés, os rios maiores, busca almas para Cristo entre feras e nas regiões onde endemias e epidemias estendem seus invisíveis e mortíferos tentáculos.
A Vingren, coube evangelizar a capital. Eles se completam:
um teve a oportunidade de adquirir bons conhecimentos teológicos no seminário, e o pregador, o mestre da Palavra; o outro, ex-operário, desde os Estados Unidos, e o colportor, com a mensagem singela, mas também muitíssimo ungida, de porta em porta. Durante os três primeiros anos, Berg espalhou duas mil Bíblias, quatro mil Novos Testamentos e seis mil Evangelhos. Ele registraria esses aspectos: "Nossas vocações eram diferentes, porém nos combinávamos; ele era pregador extraordinário, enquanto eu me havia dedicado a orar pelos enfermos e por aqueles que buscam a Jesus, ao serviço de distribuir a Palavra de Deus por toda a cidade."
Belém, com suas quatro igrejas evangélicas, inclusa a dos pentecostais, que despontava poderosa, tinha a oportunidade de ouvir e receber a mensagem da cruz. Havia os que se interessavam. Eram poucos, mas estavam dispostos a sair das trevas da idolatria, para se inteirar da "lei dos crentes".
Os poucos recursos para o evangelismo eram empregados na zona urbana; o interior era inteiramente esquecido. Mas dos Estados Unidos chegavam ofertas que os missionários empregavam na compra de Bíblias – elas vinham das mãos generosas dos pastores A. A. Holongren e B. M. Johnson, este último da igreja visitada por Berg e Vingren quando de sua viagem para o Brasil. Naquela ocasião, como se recorda, o pastor Johnson não pode ajudar os nossos pioneiros. Deus vai levantando braços para se somarem aos dois missionários. Após os dezenove da Rua Balby, pouco a pouco outros vão-se apresentando para a batalha.
Logo realizar-se-á o primeiro batismo, nas águas do rio Guamá. 0 rebanho cresce, principalmente com as hostilidades. As curas de enfermidades, as libertações dos oprimidos e possessos falam mais alto que as barreiras do homem. As muralhas se fendem e se pulverizam ante as clarinadas do Espirito. Daniel Berg começa a caminhada que levará a novel igreja para selvas, sertões, cerrados, campinas de todo o pais.
Bragança, Soure (Ilha de Marajó) são apenas o começo: em seguida vem Xarapude, Coatipuru, Ilha de Caviana, Capanema, Igarapé-Açú, Benevides, Timboteua, Peixe-Boi. Começam a chegar missionários para reforçar o grupo valoroso que um dia constituirá, pelo grande numero de seus integrantes, o batalhão de obreiros da igreja pentecostal pioneira. 0 número de líderes brasileiros vai crescendo pouco a pouco, até o dia em que se considera com suficiente maturidade para assumir o comando.
Climaco Bueno Aza e colombiano, mas e como se brasileiro fosse. Em 1913 ele se apresenta para batalhar em nome do Senhor dos Exércitos, e seus pés abençoados irão percorrer muitas terras, até chegar a Minas Gerais. A obra cresce e há necessidade de obreiros. Separam-se os primeiros: Joaquim Amaro do Nascimento, Francisco Cameiro e um casal mudam-se para Açaisal. Consagram-se os primeiros pastores brasileiros: Absalão Piano, Isidoro Filho, Crispiano de Melo, Pedro Trajano e Adriano Nobre. 0 ano: 1913. Chegam os missionários Otto Nelson e esposa em 25 de outubro de 1914. O missionário Samuel Nystrom, e entre os participantes estão os integrantes do Estado Maior do Reino de Deus: José Moraes, Antonio Rego de Barros, Bruno Skolimowski, Isidoro Filho, Francisco Gonzaga, José da Penha, Juvenal Roque de Andrade, João Queiroz, João Batista de Melo, Manoel César, Paulino Fontenele, Januário Soares e João Francisco de Argemiro. Em 1924, a experiência de Gunnar Vingren e suplicada na Capital da República. Ele passa a direção da Igreja a Samuel Nystrom, e se transfere para o Sul.
E a década da consolidação da Assembléia de Deus como igreja de presença efetivamente nacional; poucas regiões agora estão para ser atingidas. Em 1927, a comunidade pentecostal pioneira está em mais cinco Estados, entre eles Minas e São Paulo.
 Amazonas
 Novamente, um dos participantes do Avivamento de Belém retorna ao torrão natal com a nova mensagem. Severino Moreno de Araújo e o seu nome. Chega a Manaus em 1917. No ano seguinte, já estava sendo implantando o trabalho na cidade. Dessa missão e Samuel Nystrom incumbido pela igreja-mãe, a de Belém. Nos primeiros meses, quinze pessoas são batizadas em águas, entre as quais Fausta e Adalgiza Lima, que recebem, no momento da cerimônia, o batismo com o Espirito Santo. E também submerso em águas, "em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo", um membro da nobreza lusitana decadente, um capitão de navio, que escapara do suicídio ao receber a Palavra de Deus.
Rondônia
  Em 28 de fevereiro de 1922 a igreja de Rondônia foi organizada pelo missionário Paulo Aenis. Não se sabe quem evangelizou os crentes que ele ali encontrou. Seu sucessor foi o Pr. Manoel César (1924).
de Carvalho foi o seu primeiro pastor. A igreja que o enviou foi a de Belém do Pará. Nada mais se registra a seu respeito nos anais das Assembléias de Deus.
A CHEGADA AO NORDESTE
Acre
Em 1914, a mensagem do Evangelho Pleno, e quem a traz e uma testemunha ocular do Pentecoste irrompido em Belém. Mais que isso: e uma participe dele; integrou o grupo dos dezenove fundadores da Missão da Fé Apostólica. E – o mais importante – foi a segunda pessoa a receber o batismo no Espirito Santo. A igreja acreana começou em Cruzeiro do Sul, com Manoel Pirabas, em 1932. José Barros.
Ceará
0 Estado do Ceará é duplamente privilegiado: recebe, Maria de Nazaré, como os outros não-paraenses, está anelante de que seus conterrâneos conheçam a mensagem do Evangelho Pleno. Ela decide começar pelos seus familiares. Eles rejeitam a pérola espiritual que Nazaré Ihes traz. Mas os presbiterianos-independentes, que já tem Cristo na vida, querem conhecê-lo melhor, e dizem: "Sim!" E tornam-se todos pentecostais. Ao retornar a Belém, Nazaré faz saber ao pastor que as novas ovelhas, em Fortaleza, esperam por um obreiro.
No ano seguinte, 1915, Gunnar Vingren vai pessoalmente informar-se do que ocorre. E constata que realmente urge tomar a providencia: envia o incansável Adriano Nobre, que, em 1922, e substituído pelo cearense Antonio do Rego Barros. Este permanece por um ano, apenas, e da lugar a José Teixeira Rego. Teixeira estivera no Sul, e volta a liderança da igreja. Em 1929 ocorre nova troca de obreiros, e retorna Antonio do Rego Barros.
Alagoas
 Alagoas e o terceiro Estado a receber um obreiro pentecostal. Os crentes lá existiam já, em 1915, quando Otto Nelson desembarca de um navio do Lloyd Brasileiro, em atendimento ao chamado divino. São seis crentes que ansiosamente o aguardam. Quem os evangelizou? Desconhece-se. Sabe-se que Otto Nelson chegou no dia 21 de agosto, e dia 25 estavam reunidos no primeiro culto, ocasião que três deles foram batizados com o Espirito Santo. Perseguições se levantam contra os crentes, são muitas, mas eles não se intimidam. Pouco a pouco, as conversões vão acontecendo, e, em 22 de outubro de 1922, inaugurara-se o primeiro templo da Assembléia de Deus no Estado. Em 1923 (21 a 28 de outubro) acontece, em Maceió, a Primeira Convenção Estadual, a que comparecem Gunnar Vingren, Samuel Nystrom, Samuel Hedlund, Simon Sjogren, Elisabeth Johanson e Lily Johnson.
Pernambuco
Em 1921, desembarca em Recife um casal de missionários: Samuel e Tora Hedlund. Deus realiza, através deles, um bom trabalho. Sete anos se passam, e vem dar sua contribuição ao trabalho do Senhor no Brasil Nils Kastberg e esposa.
 Paraíba
Em 1918, vivia em Campina Grande um ex-integrante da Policia Militar paraense de nome Manoel Francisco Bu. Em Belém, em 1909, ele se tornara presbiteriano. Com o irrompimento do Movimento Pentecostal, aceitou com entusiasmo a doutrina ensinada por Gunnar Vingren e Daniel Berg. Foi a quarta pessoa e o primeiro homem a receber, na capital paraense, o batismo com o Espirito Santo.
Retornando ao seu estado, em 1914, Manoel Bu, reunia-se com batistas e congregacionais e, não obstante a sua humildade, ensinava-lhes acerca dos dons espirituais. Com outro paraibano que visitava a cidade, em 1918 – Galdino Cândido do Nascimento, realizou o primeiro culto pentecostal em sua terra. E Deus fez prosperar a Obra.
Em 1920, um irmão chamado Vitalino Bezerra dirigia um trabalho na cidade de Guarabira. No mesmo ano chegaria a João Pessoa, procedente de Pernambuco, o irmão Francisco Félix.
Chega ao estado, em 1923, o missionário Simon Sjogren, que realiza bom trabalho e deixa a direção da igreja no ano seguinte. Então, a 24 de junho de 1924, o Pr. Cícero Canuto de Lima assume a liderança.
Rio Grande do Norte
 Mais um crente tocado pelo Espirito Santo, em Belém do Pará, volta ao seu ponto de origem para evangelizar os conterrâneos. Trata-se de um membro da assim chamada família César, que prepara o terreno para o surgimento da igreja. Em 1918, o Pr. Adriano Nobre esta em Natal, onde oficializa o trabalho e oficia o primeiro batismo, mas logo estará em outra cidade. 0 pastor que efetivamente assume a liderança local e José Paulino Estumano de Morais.
São necessárias mudanças, para o progresso da Obra no pais. 0 reconhecimento de que elas precisam ser feitas vai culminar com decisão tomada pela Primeira Convenção Geral. 0 encontro se realiza em Natal, quando a igreja está sob a direção de Francisco Gonzaga. Com a presença dos missionários, os pastores brasileiros, então, assumem a liderança da igreja no Nordeste. E o ano de 1950.
Maranhão
 0 grande batalhador pela causa de Cristo Climaco Bueno Aza aparece, nos primórdios da história da Assembléia de Deus, no Maranhão. Ele chegou a São Luís em 10 de março de 1918.
Logo depois, estava sendo realizado um batismo. Ao que consta, os primeiros que receberam a promessa no estado foram Propecio Lobatão, Isabel Rodrigues e Maria Oliveira. 0 trabalho foi dirigido em caráter provisório, pelo missionário Nels Nelson, até a posse de Manoel César. Quem o sucedeu foi Luís Higino de Souza.
 Bahia
 Em 1926, em Canavieiras, Joaquina de Souza Carvalho já ensinava sobre o batismo com o Espirito Santo. E entre os que creram estava o diácono Teodoro Santana.
Na mesma cidade veio a realizar-se o primeiro batismo em águas, de vinte pessoas já batizadas no Espirito Santo. 0 oficiante, João Pedro Teodoro Santana, foi indicado para liderar a igreja. Ele veio a ser separado para o ministério por Otto Nelson, o que ocorreu em 13 de junho de 1929.
Grandes perseguições intentaram atemorizar os crentes, mas eles perseveraram.
Enquanto a Obra prosperava na capital, a mensagem pentecostal chegava também a Curaçá. No Rio de Janeiro, estimulados pelo missionário Vingren, dois baianos Catarino Varjão e Silverio Campos –, obedecendo ordem do Senhor, para lá viajaram em 1928, com o objetivo de falar de Cristo aos seus familiares e amigos. Parentes de Varjão aceitaram a Cristo e com eles outros foram tomando o mesmo propósito. Havia trinta novos convertidos ao final de dois meses.
Só em 1950, a 27 de maio, a Assembléia de Deus foi oficialmente fundada. 0 local, a residência do missionário Otto Nelson.
Os primeiros batizados em águas foram Carlos Araújo, Adelina Domingos Dias, Lídia Nelson e Ruth Nelson.
A primeira pessoa batizada com o Espirito Santo na Bahia chamava-se Honorina.
Em 1930, a igreja em Salvador tinha o seu primeiro pastor: João Pedro da Silva.
Sergipe
 Foi em 1927 que Sergipe conheceu a mensagem pentecostal. Levou-a um militar, o sargento do exercito Ormidio. Como outros pioneiros, ele veio de Belém. Encontrou terreno fértil e começou a semear a palavra. Logo depois, chegava de Maceió o Pr. João Pedro da Silva para efetuar o primeiro batismo.
Piauí
Também a capital do Piauí recebeu o Evangelho Pleno em 1927 (8 de junho). Um irmão de nome Raimundo Prudente de Almeida visitava a cidade, levando a Palavra. Em 1930, alguns pentecostais de Flores, no Maranhão, seriam também evangelizadores de comunidade pentecostal na então capital da República, antes que os pioneiros da Assembléia (Paulo Macalão e outros) houvessem começado a reunir-se, em 1923, em São Cristóvão. Nesse ano, Gunnar Vingren o teria visitado, e pregado em sua igreja, mas dele se afastou quando o inglês tomou o caminho das heresias.
Irmãos paraenses, que haviam iniciado a evangelização no tradicional bairro, no ano anterior, organizaram-se em igreja e escolheram o seu primeiro pastor: Heráclio Menezes. 0 primeiro batismo ocorreu em 29 de junho de 1924, na Praia do Caju, oficiado pelo ex-pastor da Assembléia de Deus em Belém, que havia aceitado convite para dirigir a igreja no Rio de Janeiro. Os primeiros a receberem o batismo com o Espirito Santo, no então Distrito Federal, foram Maria Rosa Rodrigues, Paulo Macalão (que logo revelaria sua condição de líder; foi o primeiro pastor consagrado no Rio de Janeiro, e se tornou um dos mais importantes nomes das Assembléias de Deus no pais), Maria Miranda, Florinda Brito, Margarida Eugenia e outros. No mês de abril de 1925, a pequena igreja recebeu a visita dos missionários suecos no Brasil e na Argentina, que se reuniram no Rio. 0 resultado da Convenção foram sessenta decisões por Cristo. Na época, era um numero grande para uma igreja iniciante.
0 crescimento da obra, também, no Estado do Rio, passou a exigir mais obreiros. A fim de auxiliarem o pastor, em 12 de janeiro de 1927 chegaram ao Rio dois baluartes: José Teixeira Rego e Bruno Skolimowski. 0 primeiro foi designado para dirigir os cultos em São Gonçalo, Niterói, Belford Roxo e onde mais nas cercanias se fizesse necessário. Petrópolis recebe, como pastor, em maio do mesmo ano, a Skolimowski.
A igreja tem, em agosto de 1930, a visita de Lewi Pethrus, que interrompe a construção de um grande templo em Estocolmo para, a convite de Vingren, participar da decisiva convenção em Natal, de 5 a 10 de setembro.
Assistida pela igreja da capital da Republica, só em novembro do mesmo ano Niterói tem o seu primeiro pastor: o missionário Samuel Hedlund.
 Minas Gerais
0 mesmo infatigável Climaco Bueno Aza estava em Belo Horizonte, em fevereiro de 1927, na condição de pioneiro. Em sua residência tiveram lugar os primeiros cultos, quando aceitaram a Cristo: Antonio Gomes, o capitão Antonio Lopes de Oliveira, Valdomiro Peres, Francisco Pereira, Eloi Gil Braz, José Alves Pimentel e João de Carvalho.
São Paulo
Pouquíssimas pessoas assistiram aos primeiros cultos, mas o trabalho começou logo a crescer, e em março do ano seguinte ocorreria o primeiro batismo em águas.
Nessa época, também estava em São Paulo o missionário Samuel Nystrom e, em sua casa, havia cultos. Logo, surgia uma congregação, a principio instalada na Rua Oriente e, depois, na Rua Chavantes. Mas a primeira cidade do Estado a receber a mensagem pentecostal foi Santos, em 5 de março de 1924. Levaram-na irmãos procedentes de Recife. A primeira pessoa convertida chamava-se Amélia Barreiros. Daniel Berg foi o primeiro pastor a dar-Ihe assistência. Depois dele, veio o missionário John Sorhein, permanecendo ate agosto de 1928. 0 terceiro, foi o missionário Simão Lundgren. Depois dele vieram: Climaco Bueno Aza, Francisco Gonzaga da Silva, Bruno Skolimowski e Geraldo Machado.
 PENTECOSTE
Santa Catarina  
0 pioneiro da Assembléia de Deus em Santa Catarina foi André Bernardino.
Mas desde o inicio do século XX, havia sinais do Pentecoste em solo catarinense. Segundo informações de historiadores independentes, Pedro Graudin, pastor da Igreja Leto-Batista até 1909, era batizado com o Espirito Santo e tinha o dom de profecia. Por esta razão, expulsaram-no daquela comunidade. Por ali também passava outro pastor batista, Paulo Malaquias, que, de acordo com as mesmas fontes, havia sido batizado no Espirito Santo em 1908. Ele, que veio a pastorear uma Assembléia de Deus no Rio Grande do Sul, garante: "Nos primeiros anos deste século deu-se a manifestação do Espirito Santo no Sul. "0 irmão Daniel Bernardino (neto do pr. Pedro Graudin, filho do pr. André Bernardino, pioneiro da Assembléia de Deus em Santa Catarina, e que afirmava ter recebido a promessa em 1908) e sua mãe, lúcida octogenária, residentes em Santa Catarina, confirmam tais fatos. Em 1923, o missionário Gunnar Vingren teve informações, em Belém, de que em Santa Catarina havia um movimento pentecostal em andamento. Para constatar esses fatos, Vingren viajou para o Sul. Apurar-se-ia mais tarde que, apesar de alguns focos de misticismo antibiblico, o Pentecoste de fato havia sido plantado em solo catarinense.
Rio Grande do Sul
Ele residira por oito meses em Belém, antes de ir para o Sul. Em 1927, foi substituído em Porto Alegre por Nels Nelson.
Paraná
 Bruno Skolimowski chegou a Curitiba em outubro de 1927. Na cidade não encontrou evangélicos.
Começou pela colônia polonesa, com a qual se identificou pela sua primeira língua. Em 1929, transferiu residência, com a família, para Curitiba.
A convite do pastor Erich Ostermoor, assistiu aos cultos e pregou na Igreja Congregacional. Alguns acolheram os seus ensinamentos relativos ao batismo com o Espirito Santo.
Em sua residência, promovia cultos a que assistiam, alem dos poloneses, alemães e ucranianos (Skolimowski era poliglota).
Registrou a igreja em outubro de 1929, e só então começou o trabalho em português.
Raeiko Camvaaa.
 Mato Grosso
 Havia apenas um Estado de Mato Grosso, em 1923, quando a evangelização teve inicio em suas terras. 0 obreiro chamava- se Eloi Bispo de Sena. Nenhuma igreja o enviou; o Espirito Santo o impulsionou e ele foi, começando por Guajará-Mirim.
©E.C.S.Júnior
 

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